A energia eólica offshore ou no mar, é uma opção promissora para a diversificação da matriz energética brasileira. Devido ao grande potencial eólico ao longo da costa brasileira, especialmente nas regiões Nordeste e Sul. A costa brasileira tem condições favoráveis, como ventos constantes e profundos. E devido à geografia brasileira é possível tornar a implantação de parques eólicos no mar uma opção muito viável.
Em 2019, o governo brasileiro realizou o primeiro leilão exclusivo para energia eólica offshore. E foram concedidos contratos para o desenvolvimento de projetos nessa área. Esses projetos estão em fase de desenvolvimento e implementação, com a instalação de turbinas eólicas offshore ao longo da costa brasileira.
O andar do projeto “Energia eólica offshore” no Brasil
O mês de maio de 2023 está terminando e ainda não houve pronunciamento do Ministério de Minas e Energia sobre a elaboração de um marco legal para a geração de energia eólica offshore e Hidrogênio Verde. Um marco legal serão as leis regulamentárias que estabelecerão as condições, diretrizes e regras para o desenvolvimento e operação dessas atividades no Brasil.
Enquanto esse marco não for definido pelo governo e, em seguida, debatido e aprovado pelo Congresso Nacional para ser uma Lei, os investimentos seguirão travados, correndo o risco de desistência pelos investidores. Os Estados que tem projetos para a produção dessas energias, querem pressionar o Palácio do Planalto e os ministérios de Minas e Energia, a demonstrar mais interesse pelo assunto.
Qual a diferença da Energia eólica offshore e a Energia eólica
A energia eólica convencional é gerada por turbinas eólicas terrestres, instaladas em terra firme. Essas turbinas captam a energia cinética do vento e a transformam em eletricidade por meio de um gerador. A energia eólica terrestre é amplamente utilizada em muitos países e é uma fonte estabelecida de energia renovável.
Já a energia eólica offshore é gerada por turbinas eólicas instaladas no mar, em águas costeiras ou oceânicas. Essas turbinas são montadas em estruturas fixas ou flutuantes e aproveitam os ventos marítimos para gerar eletricidade. A energia eólica offshore apresenta algumas vantagens em relação à terrestre. Os ventos mais constantes e mais fortes no mar podem resultar em uma produção de energia mais estável e maior eficiência energética.
No entanto, a energia eólica offshore também apresenta desafios adicionais em comparação com a terrestre. Por exemplo o alto custo de instalação, a manutenção e a necessidade de infraestrutura marítima específica. A complexidade técnica de projetos no ambiente marinho também é difícil.
O Hidrogênio Verde
O Hidrogênio Verde, também conhecido como Hidrogênio Renovável, é o hidrogênio produzido a partir de fontes de energia renovável. A produção de Hidrogênio Verde envolve o uso de eletricidade renovável para realizar a eletrólise da água, dividindo-a em hidrogênio e oxigênio. O hidrogênio resultante é considerado “verde” porque não emite dióxido de carbono (CO2). Durante sua produção nem durante seu uso posterior como combustível.
As vantagens
- Baixa pegada de carbono: O Hidrogênio Verde não gera emissões líquidas de CO2 quando utilizado como combustível, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a mitigação das mudanças climáticas.
- Armazenamento de energia: O hidrogênio pode ser armazenado e utilizado como uma forma de energia renovável, ajudando a resolver os desafios de intermitência e disponibilidade das fontes de energia renovável, como a solar e eólica.
- Setores de difícil descarbonização: O Hidrogênio Verde pode ser utilizado em setores difíceis de descarbonizar, como transporte pesado, aviação, indústria química e produção de aço, substituindo combustíveis fósseis e reduzindo a dependência de fontes não renováveis.
- Potencial de integração: O Hidrogênio Verde pode ser integrado a sistemas energéticos existentes, como redes de gás natural, e utilizado para alimentar células de combustível ou para produzir eletricidade e calor por meio de processos de conversão.
Embora o Hidrogênio Verde apresente várias vantagens, ainda há desafios a serem superados, como a redução de custos de produção, o desenvolvimento de infraestrutura adequada e a implementação de regulamentações e políticas favoráveis.
No Brasil, o Hidrogênio Verde tem despertado interesse como uma alternativa para a diversificação da matriz energética e redução das emissões de carbono. Vários estados, como Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Pernambuco e Bahia, têm projetos e iniciativas voltadas para a produção de Hidrogênio Verde.
Quantas fontes de energia eólica o Brasil tem e onde estão?
No Brasil, existem várias cidades que possuem parques eólicos e geram energia a partir da fonte eólica. Aqui estão alguns exemplos de cidades brasileiras com projetos de energia eólica:
Rio Grande do Norte: Natal; Mossoró; Guamaré; São Miguel do Gostoso; Parazinho.
Bahia: Salvador; Caetité; Morro do Chapéu; Sento Sé; Brotas de Macaúbas.
Ceará: Fortaleza; São Gonçalo do Amarante; Camocim; Itarema; Acaraú.
Rio Grande do Sul: Osório; Santana do Livramento; Santa Vitória do Palmar; Mostardas; Capão do Leão.
Piauí: Parnaíba; Paulistana; Bom Jesus; Curral Novo do Piauí; Queimada Nova.
Por que investir em Energia Eólica?
A energia eólica é uma fonte de energia renovável e limpa, pois não emite gases de efeito estufa durante a geração de eletricidade. Ela contribui para a redução das emissões de carbono e para a mitigação das mudanças climáticas.
O vento é uma fonte de energia abundante e amplamente disponível em muitas partes do mundo. Isso significa que a energia eólica tem um potencial significativo de produção de eletricidade em diversas regiões. E investimentos em energia eólica, podem reduzir a dependência de fontes de energia fósseis importadas. A diversificação da matriz energética por meio da energia eólica contribui para a segurança energética e reduz a exposição a flutuações de preços dos combustíveis fósseis.
As vantagens da Energia Eólica Offshore
Potencial de ventos mais fortes e consistentes
As áreas offshore geralmente apresentam ventos mais fortes e mais constantes em comparação com as áreas terrestres. Isso significa que as turbinas eólicas offshore têm um potencial maior de geração de eletricidade ao longo do tempo.
As áreas offshore oferecem mais espaço disponível em comparação com as áreas terrestres, onde a disponibilidade de terrenos adequados para a instalação de turbinas eólicas pode ser limitada. Isso permite a instalação de um maior número de turbinas eólicas e, consequentemente, a geração de mais eletricidade.
Redução de impactos visuais e sonoros
A instalação de parques eólicos offshore ajuda a reduzir os impactos visuais e sonoros associados aos parques eólicos terrestres. As turbinas eólicas offshore estão localizadas distantes das áreas residenciais e podem ser menos visíveis do que as turbinas terrestres. A proximidade das áreas offshore às regiões costeiras e aos centros de demanda elétrica pode facilitar a integração com a infraestrutura de transmissão de energia existente, reduzindo os custos de conexão à rede.
Potencial de expansão da indústria
O desenvolvimento da energia eólica offshore oferece oportunidades para a criação de empregos e o crescimento da indústria. A construção e manutenção de parques eólicos offshore envolvem uma cadeia de suprimentos diversificada, desde a fabricação de turbinas eólicas até a logística offshore.
Contribuição para metas de sustentabilidade
A energia eólica offshore é uma fonte de energia limpa e renovável, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a transição para uma matriz energética mais sustentável.
Apesar das vantagens, é importante mencionar que a energia eólica offshore também enfrenta desafios, como custos de investimento mais elevados, complexidade técnica, necessidade de infraestrutura específica e questões ambientais. No entanto, com avanços tecnológicos e uma abordagem adequada, a energia eólica offshore tem o potencial de desempenhar um papel significativo na diversificação da matriz energética e na promoção da sustentabilidade.
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