Veja como identificar e sair de um relacionamento tóxico.
Muitas vezes nos deparamos com relações que apresentam características que não são saudáveis, mas, temos dificuldades para identificar quando elas oferecem riscos e assim, sair delas. Saiba que, o passo mais importante para que você possa sair de um relacionamento abusivo, é identificando se você está em uma relação dessa natureza. Abaixo, temos alguns “sintomas” de relacionamento tóxico para te ajudar a identificar se está vivendo ou conhece alguém que está nessa situação:
A violência psicológica
Muitas relações abusivas não se iniciam com agressões físicas, mas, com agressões psicológicas. Pode ser pressão psicológica contra a vítima, usando de gatilhos mentais, culpando ela por situações que ela não tem culpa ou, muitas vezes, situações que sequer aconteceram (nesses casos, isso se chama Gaslighting). Esse fenômeno consiste em distorcer informações e até mesmo, criar situações que ainda não ocorreram com o intuito de fragilizar o psicológico da vítima visando o benefício do agressor.
Além da manipulação, os agressores costumam ser egoístas, negativos, principalmente quando há algum projeto novo para a vítima, desencorajando ela. O vitimismo também entra como um dos sintomas, deixando muitas vezes a vítima em posição de agressora, invertendo os papéis. Lembrando que, em alguns casos, o agressor acaba agindo dessa forma por passar por situações abusivas em relações anteriores como um mecanismo de defesa e nesses casos, a busca por um profissional é o mais indicado.
Você é privado(a) de fazer o que gosta
O ciúme excessivo é um sintoma básico do relacionamento abusivo. Ao ser privada(o) de sair com amigos, de ir em lugares que costumava ir ou até mesmo de trabalhar e estudar são indícios de que a relação está bem longe de ser saudável. A vítima quando cede às vontades do agressor já está com o psicológico fragilizado a tal ponto que evita qualquer conflito e se sente culpada por não agradá-lo. Geralmente, a vítima se afasta de amigos ou até mesmo de familiares, tanto por vontade do agressor, quanto por vergonha de si por viver nessa situação.
A Violência Física
A violência física pode partir do agressor independente da vítima ceder as vontades do agressor ou não. Lembrando que, ao presenciar uma situação onde alguém está sofrendo esse tipo de violência, é de suma importância que seja dado apoio à vítima e conscientize a realizar uma denúncia. Vale lembrar que uma relação abusiva deixa marcas físicas e psicológicas na vítima e orientá-la sobre a busca de ajuda especializada é essencial, além de cercá-la de pessoas que a amam e protejam para que assim, ela se sinta acolhida e com coragem para sair disso tudo.
Mas, somente relacionamentos como namoro ou casamentos podem ser abusivos? A resposta é NÃO. Tanto relacionamentos “amorosos” quanto familiares ou até mesmo amizades podem ser tóxicos. É válido aconselhar que não seja combatida a toxicidade com mais toxicidade, pois, além de te deixar mais vulnerável, isso pode piorar ainda mais o quadro do agressor. Independente da relação, sempre imponha limites por meio do diálogo. A necessidade do agressor é estar sempre por cima da relação.
Os resultados de um relacionamento abusivo na vítima são os mais variados: A sua autoestima é praticamente abalada, pois, muitos agressores acabam comparado a vítima com outras pessoas com o intuito de diminuí-la. Muitas vezes, a vítima que sai desse tipo de relacionamento ficam traumatizadas a tal ponto que não conseguem embarcar em outros relacionamentos, justamente por medo de que tudo aconteça por mais que novas pessoas possam surgir, independente do seu histórico ou caráter.
Ao identificar esses sintomas, além da rede de apoio, é essencial, que seja cortado qualquer tipo de contato com o agressor, evitando qualquer tipo de recaída e também, para preservar sua integridade física. A firmeza na decisão da vítima em sair desse tipo de relacionamento é muito importante. Evite que a recaída possa acontecer, pois, muitos agressores voltam mostrando um arrependimento não genuíno para convencer a vítima em voltar com o relacionamento. O problema é que tudo volta a ser como era antes, se tornando um ciclo vicioso.
Caso esteja em uma relação dessa natureza ou esteja presenciando uma situação assim por parte de outras pessoas, não deixe de dar o seu apoio e encorajar a vítima a abandonar essa relação. Vítimas de relacionamentos abusivos sentem muita vergonha de viverem nessa situação e ficam com receio de buscar ajuda. Inclusive, receio de receberem julgamentos alheios. O que a vítima menos precisa nesse momento é de julgamentos e o apoio de mais pessoas é uma grande ajuda.
Em casos em que a parte agressora não aceita o término do relacionamento, é crucial que a vítima busque por ajuda em canais de denúncia. Lembramos novamente que, violência psicológica também é passível de denúncia é qualquer sinalização para forças policiais nessa fase podem ajudar a evitar a violência física. Stalk em redes sociais e perseguição física também podem ser comunicados quando o diálogo já não surte mais efeito e o receio de seguir sua vida mesmo fora desse relacionamento começa a falar mais alto.
Ao buscarmos um relacionamento, procuramos não só por amor e sim por carinho, respeito, empatia e cumplicidade. Todo relacionamento que não te faz bem, te oprime, te deixa triste a maioria das vezes, te faz mudar não por si, mas, para alegrar a outra parte, já não é mais saudável e sim preocupante. É doloroso sair de uma relação assim, mas, todo ciclo que precisa ser encerrado possui um peso maior para terminar. Mas, se faz necessário quando o nosso bem-estar está abalado.
E aí? Conhece alguém que está passando por uma situação abusiva em um relacionamento, com a família ou com alguma amizade? Ofereça seu apoio. Ele é incondicional para a recuperação da vítima e até mesmo pode ajudar na parte agressora, ou para que ela se afaste ou até mesmo reflita para buscar uma melhoria interna e buscar por ajuda se necessário. Lembre-se: O verdadeiro amor não machuca, ele é cuidadoso e cura qualquer ferida. O que te fere jamais irá te fazer mal.