A Dismorfia Corporal começa a se manifestar na adolescência, se não tratada acompanha a pessoa até a vida adulta.
Diante disso, caso não haja intervenção o quanto antes, pode desencadear uma depressão grave e até pensamentos e comportamentos suicidas.

O que é Dismorfia Corporal?
A dismorfia corporal foi descoberta pelo psiquiatra Enrico Morselli em 1891. A dismorfia corporal é a maneira distorcida como a pessoa se enxerga.
Somos imperfeitos, temos características físicas particulares e em razão disso, nunca iremos nos encaixar no padrão de perfeição imposto pela sociedade.
Todo indivíduo desejaria ter algo diferente em sua aparência, mesmo que seja um pequeno detalhe e isso é normal. Quando existe um excesso, esse desejo se torna uma doença: dismorfia corporal.
A dismorfia corporal faz com que as consideradas imperfeições se tornem maiores do que de fato são. Por causa disso impactam diretamente a vida do portador a ponto de afetar a sua rotina e relacionamentos.
Infelizmente é comum a dismorfia corporal trazer várias comorbidades e uma delas é a depressão.
Além disso, é comum entre as pessoas que sofrem desse transtorno terem pensamentos suicidas. A tristeza é tão profunda que a pessoa passa a não ver mais sentido na vida.
Esses sentimentos são na maioria das vezes provenientes de uma insegurança enraizada e com diversas possíveis causas.
TDC: Transtorno da Dismorfia Corporal
O nome técnico da dismorfia corporal é Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). O pensamento constante de que há algo muito errado na aparência faz com que o portador se isole. Uma vez que isso acontece, evita até se olhar no espelho.
A supervalorização das imperfeições atinge de maneira negativa a autoestima e o amor-próprio. Em função disso, o transtorno pode chegar a um nível onde o indivíduo passa a se esconder de diversas formas.
Diante disso, uma das maneiras que ele encontra para se esconder é limitando o convívio em sociedade e usar roupas e acessórios para não mostrar o corpo. Tudo isso em função de esconder as imperfeições que por ele são identificadas.
Um outro agravante é que na maioria das vezes as imperfeições não são perceptíveis para outras pessoas. Em virtude disso, o foco nas imperfeições passa a se tornar uma obsessão.
Comorbidade da Dismorfia Corporal: Depressão

A comorbidade é quando decorrente de uma doença, outras doenças passam a se manifestar. Por exemplo, por causa da dismorfia corporal a pessoa desenvolve a depressão.
Quando a comorbidade surge o quadro clínico fica mais difícil. Pois ao invés de ter que fazer o tratamento de uma doença, se faz necessário o tratamento em conjunto para que todas sejam tratadas.
Por causa da disformia a pessoa começa a sentir raiva, frustração, vergonha, tristeza e muitas vezes não consegue reagir. Na medida que esses sentimentos são aflorados, surge então a depressão.
Causa da Dismorfia Corporal?
São várias as possíveis causas e envolve diversos fatores. Portanto fatores genéticos, neuroquímicos e ambientais influenciam no aparecimento da dismorfia corporal.
Em alguns casos, questões vividas na adolescência, como comparações, negligência parental, mudança de cidade, abusos e bullying e ajudam a dismorfia se manifestam na fase da adolescência ou depois na fase adulta.
A sociedade e as redes sociais estão contribuindo para o crescimento de TDC – Transtorno Dismórfico Corporal já que existe uma massa de pessoas que defendem a busca constante pela perfeição.
Sintomas da Dismorfia Corporal
O sintoma mais comum é comportamental, ou seja, quem sofre de TDC – Transtorno Dismórfico Corporal, passa a fazer intervenções cirúrgicas de maneira compulsiva.
As intervenções muitas vezes deixam de ser pequenos ajustes para se tornarem transformações completas. Portanto, em várias situações a pessoa se transforma a ponto de ficar irreconhecível.
Essa realidade é muito triste, uma vez que atualmente existem vários procedimentos irreversíveis. Quando se trata de uma doença, após o tratamento é esperado que a pessoa volte a ter a sua percepção ajustada.
Entretanto, caso o procedimento já tenha sido realizado, não há como voltar no tempo.
Existem outros sintomas que estão identificam uma pessoa com dismorfia corporal:
- Insegurança ao sair de casa
- Preocupação excessiva com a aparência
- Sensação contínua de estar sendo alvo de críticas
- Ficar refém da avaliação dos outros sobre a aparência
- Dificuldade em dizer não
Diagnóstico
O diagnóstico da dismorfia corporal pode ser feito pelo psiquiatra ou psicólogo. Uma das coisas que é levada em consideração são os pequenos sinais que o indivíduo começa a manifestar.
Preocupação excessiva, pensamentos negativos, autocrítica severa em relação ao rosto, corpo e isolamento social são alguns desses sinais.
Portanto, vale ressaltar que o diagnóstico só pode ser dado por um profissional habilitado. Assim que os primeiros sinais são percebidos se faz necessário a busca pelo psiquiatra ou psicólogo.
Tratamento
O tratamento mais indicado é por meio da TCC – Terapia Cognitivo-Comportamental. Essa abordagem é a mais indicada no tratamento da dismorfia corporal.
Através da TCC é possível reverter padrões de pensamento e crenças que prejudicam a saúde mental e a autoestima.
Na medida que o tratamento vai avançando, o paciente aprende a identificar gatilhos emocionais. A partir disso, consegue mudar o padrão das emoções que geram pensamentos e comportamentos negativos.
Portanto, o indivíduo começa a refletir sobre as atitudes que está tomando e analisa se estão ajudando ou não a resolver o problema.
Ele passa a conseguir identificar se suas atitudes estão afastando ele do objetivo de superar a doença. Em virtude disso, deixa de ter tais ações e acompanha o passo a passo da evolução da terapia.
A beleza de ser imperfeito

A verdadeira beleza está em nossa imperfeição, pois é ela que nos torna únicos. Cada pessoa tem uma forma peculiar de ver a vida, por isso, é importante saber onde depositamos as nossas expectativas.
Quando colocamos nossa expectativa em uma foto de rede social, na sociedade, em um programa de TV, não sabemos como de fato são os bastidores.
Padrões de beleza não deveriam existir, somos mais do que um padrão a ser seguido.
A vida real é imperfeita. Nós somos imperfeitos. quando deixamos de lado o foco no nosso exterior, passamos a valorizar algo que vai além do que podemos ver, só sentir.
A felicidade está em nos amarmos como somos, imperfeitos!
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