Os exercícios militares conjuntos com a Rússia continuarão indefinidamente à medida que as tensões aumentam na vizinha Ucrânia, anunciou o governo bielorrusso no domingo. As tropas estacionadas em solo bielorrusso encerrarão suas atividades no domingo, como Vladimir Putin prometeu a Emmanuel Macron no início deste mês.
A decisão mostra que, em caso de crise com o Ocidente, as tropas russas permanecerão na Bielorrússia.

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Mais cedo, Moscou havia prometido que suas tropas deixariam o país pelos portões da União Europeia após os exercícios realizados desde 10 de fevereiro.
“Tendo em vista o aumento da atividade militar perto da fronteira… e a deterioração da situação no Donbass, os presidentes da Bielorrússia e da Rússia decidiram continuar os exercícios militares”, disse o Ministério da Defesa da Bielorrússia em seu Telegram. conta.
De acordo com Minsk (capital da Bielorrússia), o objetivo do exercício continua sendo “garantir uma resposta adequada e desescalada dos preparativos militares por pessoas maliciosas perto da fronteira”.
No leste da Ucrânia, as forças em Kiev, que lutam contra os separatistas apoiados por Moscou desde 2014, estão sob uma nova onda de fogo em meio às crescentes tensões entre Moscou e o Ocidente, segundo a Agence France-Presse.
A Rússia é acusada de reunir 150.000 soldados na fronteira ucraniana em resposta à invasão, apesar de anunciar sua retirada. Washington assegurou que Moscou estava procurando um motivo e que a violência no leste poderia ser uma desculpa para intervir.
Moscou negou tais planos, mas exigiu “garantias” para sua segurança, especialmente a promessa de que a Ucrânia nunca se juntaria à Otan.
No domingo, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse que a invasão russa vinha não apenas do leste, mas também do norte, da Bielorrússia para “cercar a capital ucraniana Kiev”.

O Kremlin não disse quantos soldados russos participaram dos exercícios na Bielorrússia, mas Washington estimou seu número em 30.000.
O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu em uma conversa com o presidente francês Emmanuel Macron no início de fevereiro que as tropas russas se retirariam da Bielorrússia após os exercícios, segundo a presidência francesa.
O chefe das relações exteriores de Minsk, Vladimir Makei, também garantiu que as tropas russas se retirariam após os exercícios.
Em um comunicado, o ministro da Defesa da Bielorrússia, Viktor Khrenin, criticou os ocidentais que “se recusam a ver a ‘linha vermelha’ definida pela Rússia”.
diálogo tripartido
O presidente Emmanuel Macron ligou para Putin no domingo sobre um possível alívio das tensões no leste da Ucrânia, logo após a declaração da Bielorrússia.
Após a ligação, o governo francês anunciou que o presidente russo concordou em manter um diálogo tripartido entre Rússia, Ucrânia e estados membros da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
A reunião está marcada para segunda-feira. O governo francês não anunciou se o evento será presencial ou remoto.